sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Elle

Ela era linda, definitivamente linda. Não importava mais como havia chegado onde estava ou onde ficava o lugar em que estava. Seus olhos demoraram um pouco até se acostumarem com a imagem dela, não conseguiam focar ela muito bem. Percorreu com o olhar todo o corpo da jovem, seus olhos e seus cabelos eram escuros como o mais profundo vazio, seu vestido compartilhava a cor deles, seu olhar parecia ignorar seu corpo e penetrar diretamente em sua alma, quase a arrancando, sua pele era de um branco tão puro que fazia com que seus olhos e cabelos parecessem, se possível, ainda mais escuros, e suas unhas e lábios eram vermelhos como o sangue dos inocentes.
A imagem dela era aterradora. Ele podia sentir o pânico que ia crescendo dentro de si apenas de estar na presença dela, e ao mesmo tempo sentia crescer também o encanto e a paixão bestial e diversos outros sentimentos que se escondem no raiar dos primeiros raios do sol.
Quem é ela? Pensou.
Um pequeno movimento nos lábios dela. Uma voz tão linda, tão profunda, tão impiedosa que por si só fazia com que a existência do ouvinte fosse tão insignificante quanto formigas para o sol.
“Pode me chamar de Elle.” Ela disse.
E ele soube que seria ela a lhe devorar o coração. Ele estava perdido.

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