quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma casa

Aquele que aqui habitava, se perdeu. A casa fora abandonada e deixada ao relento, ao acaso de qualquer desavisado que chegasse até ela. Sua vontade foi esquecida, sua história foi enterrada. Suas dores e suas mágoas foram o que o moveram, mas hoje já não significam nada. Essa morada deixada de lado hoje encontra um novo dono, diferente do anterior.
Em seu primeiro dia ele já trouxera mudanças, aquele estranho morador. Limpou toda a casa e começou sua reforma, preparou jardins e deu nova face a fachada. A casa, desacostumada a tanta atenção não sabia o que fazer. Sempre acostumada a ser deixada de lado, ela se sentiu confusa e tentou retribuir, mas seus gestos foram confundidos com o vento, ou roedores, ou fantasmas. A casa se entristeceu mas percebeu que se continuasse assim afastaria seu novo e estranho morador, então ela aceitou os presentes dele e se calou conforme ele a modificava parte a parte.
"Lar, doce lar." disse o já não tão estranho morador no fim.

3 comentários:

  1. O mais interessante do seu texto é que ele mostra como todo fim é um enebriante e maravilhoso começo =)
    a tristeza do final de um ciclo traz a alegria do fresco recomeço... é a condição agridoce da vida!
    parabéns por mais um texto incrível!
    beijos!

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  2. Pobre casinha, feliz em sua conformidade...

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  3. Pobre casinha [2] hauhaahuaah
    Gostei da história. Tem sua moral. rs
    :*

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